Lenta recuperação da indústria mineira
A indústria extrativa mineral, em conjunto com a indústria de transformação, representa aproximadamente 17% do valor adicionado em Minas Gerais. Ao longo deste ano, essas indústrias apresentaram um desempenho conjunto estável (com exceção do período da greve dos caminhoneiros). O grau de utilização da capacidade instalada fechou o mês de julho em 79%, que é o mesmo nível de um ano atrás, estando abaixo da média histórica da série (83,10%).
O emprego industrial vem apresentando uma recuperarão tímida, crescendo 1,71% no acumulado do ano de 2018 em relação a dezembro do ano anterior (já descontados os efeitos sazonais). Isso não parece ter afetado o crescimento da massa salarial real, que diminuiu 2,13% no ano.
A indústria extrativa mineral é o grande destaque de 2018, recuperando-se dos eventos que paralisaram parte de sua operação no primeiro trimestre. O seu faturamento elevou-se em 54%, comparando julho deste ano com dezembro do ano passado. Trabalhamos com a hipótese de que este aumento da produção reflete, em parte, a recente desvalorização cambial, que permitiu a realocação da produção (anteriormente concentrada no Pará). Em outras palavras, com a desvalorização, algumas atividades em Minas Gerais foram retomadas (dado que agora se mostram lucrativas). Porém, a indústria extrativa representa apenas (aproximadamente) 21% da indústria mineira e a variação de emprego nesse setor foi inferior ao da indústria de transformação.
Por fim, destacamos que os empresários mineiros têm permanecido pouco confiantes na economia. Houve uma pequena melhora nas expectativas no mês agosto de 2018, que pode ser atribuída tanto a sua percepção sobre as condições atuais quanto as condições futuras.
Belo Horizonte, 25 de setembro de 2018.