O campo da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) tem experimentado profundas transformações em suas práticas, ao mesmo tempo em que preserva importantes elementos da sua arquitetura institucional. Por um lado, observa-se a emergência de uma variedade de agentes operando no campo, como bancos multilaterais, agências governamentais, organizações internacionais, ONGs e empresas transnacionais que cooperam e competem por recursos e projetos de desenvolvimento. A multiplicação de agentes é acompanhada pela redefinição dos seus papéis e suas formas de atuação, impactando diretamente a formulação e implementação de políticas públicas nos países beneficiários da ajuda internacional.
Por outro lado, o campo mantém um conteúdo normativo praticamente intacto desde a sua criação, pautado no princípio da transferência de capital e conhecimento técnico das economias avançadas para as economias menos desenvolvidas. Esse arranjo institucional, construído sob os auspícios da hegemonia estadunidense, resistiu a diferentes contestações ao longo da sua história, sendo a principal delas a demanda por uma “Nova Ordem Econômica Internacional”, articulada pelos países periféricos, no auge da Guerra Fria. No século XXI, a CID encara uma nova onda de contestação, dessa vez, pelas possibilidades de redefinição da agenda de desenvolvimento internacional estimulada pela ascensão das economias emergentes e pelas crises econômicas e políticas vivenciadas pelas economias avançadas.
Essa linha de pesquisa busca compreender o momento atual do campo da cooperação internacional para o desenvolvimento, tendo como foco os desafios conceituais e práticos colocados pela nova conjuntura da economia política internacional. Especificamente, ela estuda as estratégias de promoção do desenvolvimento no âmbito global e suas articulações com a formulação de políticas públicas no âmbito doméstico. Inevitavelmente, a análise da CID conecta com as dinâmicas observadas nas esferas da produção, do comércio e das finanças, uma vez que os entraves ao desenvolvimento estão enraizados não somente em questões instrucionais, mas, sobretudo, estruturais.
A linha de pesquisa em Cooperação Internacional e Desenvolvimento é composta pelos professores Fernanda Cimini (Coordenadora) e João Romero.