Agropecuária e mineração

Agropecuária e mineração

O setor agropecuário em conjunto com a indústria extrativa mineral representa aproximadamente 9% do valor adicionado em Minas. Esses setores apresentaram taxas acumuladas de crescimento ao longo do ano (que fechou no primeiro trimestre de 2018) de -4,8% e -16,1%, respectivamente. Esse fraco desempenho dificultou a retomada da economia mineira.

O resultado da agropecuária é consequência, principalmente, da previsão de queda (-3%) da safra de soja e da primeira safra da batata inglesa (-3,3%). Já o desempenho da indústria extrativa mineral é explicado tanto interrupção da extração no sistema Minas-Rio, ocasionado tanto pelos rompimentos do mineroduto da Anglo American, quanto pela decisão da Vale em privilegiar a produção no Sistema Norte (Pará), reduzindo-a no sistema Sul-Sudeste (Minas Gerais). A decisão da empresa é uma reação ao preço baixo do minério de ferro que, mesmo elevando-se em 5,8% no último ano, ainda permanece reduzido.

Vale lembrar que no setor agropecuário a produção de café, cana-de-açúcar e soja são as principais, sendo que cada um desses produtos apresentou uma dinâmica própria no período. A produção de café em Minas Gerais cresceu 0,86% no ano que fechou em junho de 2018 (em relação ao ano anterior), sendo que aproximadamente 99% desse café é do tipo arábica. Nesse período, houve uma queda do preço no mercado internacional (-10,81%), estando cotada em US$ 118,71 a saca (CEPEA/ESALQ, 26 de junho de 2018). Parte dessa redução foi ‘compensada’ pela desvalorização cambial, o que implicou em aumento do preço no mercado doméstico (2,56%). A saca foi cotada em RS 450,63.

Por sua vez, a produção de soja avançou no último ano em relação ao ano anterior em 4,71% em MG, refletindo a recuperação do preço da soja nos dois últimos anos, sendo que o preço internacional aumentou em 7,22% no último ano que fechou em 26 de julho de 2018 e o preço doméstico em mais de 23,28%, refletindo a desvalorização cambial.

Por fim, a produção de cana de açúcar apresentou uma queda de 0,74% no ano que fechou em junho, sendo que tal desempenho é explicado, em grande parte, pela queda substancial da cotação do açúcar cristal nos dois últimos anos (-35,35%, CEPEA/ESALQ SP). A maior parte desta queda foi no penúltimo ano, o que permitiu aos produtores repensar a sua alocação de terras.

Belo Horizonte, 31 de julho de 2018.