Variação da inflação e da remuneração do capital
No cenário monetário brasileiro, a base monetária (M2) tem se expandido gradualmente no longo prazo. Por outro lado, a variação da inflação, segundo o índice mensal do IPCA, apresentou altos picos de variação nos últimos três meses. Tais variações não podem ser explicadas pelo aumento gradativo da circulação de moedas e cédulas, uma vez que as variações da base monetária em relação ao PIB, como mostra o gráfico em destaque, não acompanham os índices de variação da inflação.
A dessazonalização mostra que os picos na variação dos preços ocorrem devido a choques externos idiossincráticos. O elevado índice de variação de junho (1,35%) é reflexo da greve dos caminhoneiros, sendo que, logo em seguida, mostrou uma tendência de diminuição da variação, chegando a variar 0% em agosto. Assim, pode-se inferir que, nos últimos meses, os preços no Brasil têm sofrido alterações devido a choques de oferta, os quais levam a um aumento nos custos de produção que, por sua vez, são repassados aos consumidores.
Em observação às taxas de juros no âmbito nacional, que remuneram o capital, o CDI overnight (Certificado de Depósito Interbancário) acompanha de perto a Selic overnight numa média mensal de 0,47% em setembro. Já a Taxa Básica Financeira se encontra no patamar de 0,44% (abaixo de 0,649%) resultando assim em uma Taxa Referencial igual a zero (mantida desde setembro de 2017). Ambas as taxas estão interligadas em seus cálculos e influenciam índices de FGTS e poupança. Para o cálculo desta última, os depósitos até 03/05/2012 seriam remunerados em 0,5% mais a Taxa Referencial.
Contudo, os depósitos após 04/05/2012 seriam remunerados de duas maneiras: caso a Selic estivesse acima de 8,5%, a remuneração continuava sendo 0,5% mais a Taxa Referencial; caso a Selic estivesse abaixo de 8,5%, como tem ocorrido no último ano, a remuneração seria 70% da Selic mais a Taxa Referencial. Em BH, a poupança com depósitos até 03/05 mostrou taxa média de rendimento de 0,50%, enquanto a poupança depositada após 04/05 tem rendido em média 0,37%. Ademais, as taxas médias praticadas na região metropolitana demonstraram queda em relação ao último mês, com exceção do CDB que variou 18,75% em relação ao mês anterior.
Belo Horizonte, 16 de outubro de 2018.