Início de ano turbulento
Tanto no Brasil quanto em Belo Horizonte é possível observar uma tendência de crescimento na inflação desde novembro de 2018. Evidentemente, não chega a assustar como nos bem conhecidos episódios inflacionários do século passado, mas em um cenário prolongado de crise, como o atual, isso pesa no bolso do consumidor.
O crescimento se mostrou mais acelerado na capital mineira, na qual a variação do IPCA saiu de 0,3% em dezembro de 2018 e foi para 1,87% em janeiro de 2019. Para o Brasil, este índice cresceu de 0,15% para 0,32% no mesmo período.
Segundo o IBGE, o grupo de produtos e serviços que deteve maior influência sobre a inflação de janeiro no Brasil foi o setor de alimentação e bebidas (24,6%), seguido pelos setores de transporte (18,4%) e habitação (15,8%). O setor de vestuários foi o único que obteve uma variação negativa no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de -1,15%.
Em Belo Horizonte, ambos IPCA e IPCR (Índice de Preços ao Consumidor Restrito, que representa as famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos) apresentam uma trajetória crescente. Como esses índices mostram, destaque-se a alta nos produtos in-natura (com crescimento acumulado do IPCA de 20,14% nos 3 meses) e nas despesas pessoais (5,08%). O único resultado significantemente negativo é o do setor de vestuários e complementos, que obteve uma variação acumulada do IPCA e do IPCR de 0,4% e 3,06%, respectivamente.
Segundo a Fundação IPEAD, as cinco maiores contribuições para o resultado positivo da variação de preços na 4ª quadrissemana de janeiro de 2019 (representando os 28 primeiros dias do mês) foram excursões, ônibus urbano, empregado doméstico, IPTU e curso superior. Para o mesmo período, os maiores valores negativos foram a gasolina comum, refeições, seguro obrigatório, lanche e ingressos para jogos.
Produzido por Gabriella Tavares.
Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 2019