Inflação e expectativas dos empresários industriais

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mede variação do preço da cesta de consumo da população com poder de compra de até 5 salários mínimos. A última atualização do INPC (agosto), realizada pelo IBGE, mostrou um aumento dos preços ao consumidor, tanto do Brasil quanto de Belo Horizonte.

Como observado no gráfico “Evolução INPC”, houve uma variação positiva do INPC de 0,3% no Brasil e, em Belo Horizonte, a variação observada foi de +0,08% nos preços ao consumidor.

Considerando sua composição, é possível afirmar que essa evolução no INPC no Brasil tem como causa a variação positiva de 0,05% nos preços de alimentos e bebidas, o aumento de 0,37% nos preços do grupo habitações e de 0,14% para artigos de residência. Já em Belo Horizonte, o grupo alimentos e bebidas aumentou 0,44%, o preço da habitação sofreu uma queda de 1,08% e os artigos de residência ficaram 0,21% mais caros.

O ICEI, Índice de Confiança do Empresário Industrial, é um indicador acerca da produção futura, uma vez que sinaliza as mudanças de tendência da produção, de acordo com a expectativa dos empresários. Para esse indicador, valores acima de 50 pontos indicam expectativas positivas dos empresários em relação ao mercado consumidor. Esse indicador é monitorado pelo Portal da Indústria e sua base de dados foi analisada para a projeção dos gráficos “ICEI” e “ICEI por tipo de empresa”

O gráfico “ICEI” representa a confiança do Empresário Industrial do Brasil como um todo. Nele observamos desde julho um moderado crescimento. No agregado dos últimos quatro meses, observa-se uma variação de quase 4 pontos no índice, indicando que os empresários estão mais otimistas.

Analisando o gráfico “ICEI por tipo de empresa”, podemos constatar comportamentos distintos entre os empresários. Em outras palavras, em uma análise detalhada sobre as expectativas dos empresários de pequenas, médias e grandes empresas, observa-se um clima de aumento das expectativas gerais, porém com intensidades diferentes. As grandes empresas são as que apresentaram melhores expectativas acerca do mercado, seguida pelas médias e pelas pequenas.

O fato de todas estarem em um intervalo que representa expectativas positivas indica a possibilidade de aumento da produção geral no país. Isso pode afetar positivamente a geração de empregos e atuar no sentido de frear a aceleração inflacionária.

Belo Horizonte, 30 de outubro de 2018.