Confiança do consumidor em alta
As expectativas em geral são bons indicadores acerca do andamento da economia em um país. Expectativas dos empresários servem de guia para determinar o nível da produção. Isso ocorre pois eles tomam como base para a medida desse indicador: se o empresário está pessimista ou otimista em relação aos consumidores. As expectativas dos consumidores, portanto, são fundamentais para determinar o nível do consumo e, por isso, são essenciais para a formação da demanda agregada do país. Um aumento no consumo, além de aquecer a economia, indica também o aumento do nível da produção dos empresários e, consequentemente, o emprego cresce.
O INEC, Índice Nacional de Expectativas do Consumidor, mostra as expectativas dos consumidores em relação à situação econômica do país. O valor histórico médio desse índice é de 107,8 pontos. Esse indicador é analisado pelo Portal da Indústria.
Os últimos 6 meses foram marcados pela melhora consecutiva das expectativas dos consumidores em relação à economia do país. O mês de junho apresentou um Índice de Confiança do Consumidor de 98,30 pontos, valor bem abaixo da média histórica. Esse valor, porém, apresentou uma tendência crescente ao longo dos últimos meses, indo para pouco mais de 100 em julho, passando para 104,5 em agosto e 105,9 em setembro. A partir de outubro desse ano, o INEC ultrapassou a média histórica de 107,8 pontos, apresentando nesse mês 110,60 pontos, e em novembro houve um novo aumento, com o valor chegando a 113,60 pontos.
As expectativas dos consumidores em relação a diversos componentes da economia compõem o cálculo do INEC. São exemplos as expectativas dos consumidores em relação ao desemprego e ao endividamento. Os dados mostram que houve uma melhora nas expectativas do índice em relação ao desemprego. Em junho desse ano, o indicador apresentava 104,4 pontos e atingiu em novembro 141,30 pontos, um aumento considerável que indica otimismo dos consumidores em relação à empregabilidade do país. Há também o indicador de expectativas de endividamento dos consumidores, que apresentou um aumento de 12,2 pontos, o que indica mais otimismo do consumidor, que espera ter condições para pagar suas obrigações em dia.
Os consumidores estão mais otimistas também em relação à renda. As expectativas dos consumidores em relação à renda pessoal apresentava 90,6 pontos em junho, e teve um crescimento gradativo com o decorrer dos meses, chegando a 106 pontos em novembro. Isso nos mostra que os consumidores estão cada vez mais otimistas em relação a um aumento de sua renda pessoal. Porém, ainda não é suficiente para que o consumidor compre bens mais caros. O indicador sobre a expectativa dos consumidores em comprar bens de maior valor sofreu uma leve queda desde junho desse ano, partindo de 112,3 pontos e fechando em 110 em novembro. Portanto, o consumidor espera sim um aumento da renda, mas não espera que esse aumento seja suficiente para elevar seu padrão de consumo.
Belo Horizonte, 05 de dezembro de 2018.