Queda no comércio varejista em Minas Gerais
Em Minas Gerais, o comércio tem apresentado um desempenho ruim, seguindo a tendência do Brasil. Mais especificamente, o comércio varejista em Minas, no mês de setembro, apresentou uma queda de 1,4% no seu volume de vendas se comparado com o ano de 2017. Ainda, comparativamente com o mês de agosto de 2018, a queda foi de 3,1%. As quedas no comércio sinalizam a perda de dinamismo da economia (gráfico acima).
Os resultados consecutivos de retração das vendas desde maio deste ano representam uma perda do dinamismo do comércio no estado, que é um setor importante na composição do PIB com participação do setor de serviços (12% do PIB estadual). No acumulado, os ganhos iniciais deste setor foram minimizados pelas perdas recentes, fazendo com que Minas – que apresentava melhores resultados do que o país – apresentasse as quedas mais acentuadas em termos nacionais.
Comparando os resultados do comércio varejista do segundo trimestre de 2018, ele se torna diferente se for analisado o trimestre anterior, onde observamos uma queda de 0,9% do comércio varejista no PIB mineiro; entretanto se olharmos o mesmo trimestre no ano de 2017, observamos um crescimento 2,2%. O mesmo acontece com o Brasil, que apresenta uma queda de 0,3% se comparado com o período anterior e um crescimento de 1,9% se for analisado em relação ao mesmo trimestre de 2017, o que reafirma a queda em relação aos últimos acontecimentos da economia relacionados a greve dos caminhoneiros.
Analisando o setor por atividades, podemos observar que a queda vem sendo puxada majoritariamente por 3 grupos: combustíveis e lubrificantes, móveis e eletrodomésticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico. A venda de combustíveis e lubrificantes teve queda de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior no acumulado até o mês de setembro. Além disso, grupo tem resultados negativos mais expressivos desde a greve de caminhoneiros, que ocorreu em maio deste ano e não demonstra sinais de melhoria. Também podemos ressaltar que a venda de móveis e eletrodomésticos obteve resultados ruins o ano todo, chegando à uma redução de 28,4% em suas atividades em setembro (tabela abaixo).
O comércio varejista é um dos primeiros a sentir os impactos causados por mudanças na conjuntura econômica. As vendas dos setores de combustíveis e eletrodomésticos são dependentes de variáveis como o nível de renda do consumidor, o nível de emprego, o nível da taxa de juros e das condições e prazos de financiamento ao consumidor. Todas essas variáveis foram afetadas negativamente com a crise atual da economia brasileira.
Belo Horizonte, 21 de novembro de 2018.