Você já ouviu falar do modelo de tripla hélice para inovação?
Parcerias entre universidades, empresas e o governo e sua contribuição para a inovação tecnológica e o desenvolvimento econômico
Sabemos que a Inovação tecnológica é um fator fundamental para o desenvolvimento econômico e para o aumento da competitividade. E sem desenvolvimento científico não existe inovação tecnológica, você também já deve saber.
Observamos uma expansão considerável da produção científica brasileira na última década, mas o desenvolvimento tecnológico do Brasil ainda deixa muito a desejar, não tendo crescido nem de perto no mesmo ritmo da nossa produção científica [1]. Por que então os investimentos na educação superior e no desenvolvimento científico no Brasil não tem resultado em um crescimento da taxa de inovação tecnológica?
Uma explicação possível pode ser encontrada no modelo de tripla hélice do desenvolvimento tecnológico.
O modelo de tripla hélice foi desenvolvido por Henry Etzkovitz na década de 90, sendo hoje uma das metáforas mais populares e aceitas para explicar a capacidade de transformar o conhecimento científico em inovação tecnológica. Basicamente o modelo, que foi desenvolvido observando os mais importantes polos e parques tecnológicos do mundo (tais como o MIT) sugere que uma maior taxa de desenvolvimento tecnológico só é possível a partir da parceria entre governo, empresas e universidades.
A ideia base é que a inovação tecnológica só é possível no momento em que o conhecimento desenvolvido nas universidades é canalizado para atender demandas econômicas-sociais que as entidades privadas e empresas analisam, gerenciam e, posteriormente comercializam, com o apoio de políticas públicas que visem coordenar o desenvolvimento do potencial de setores e regiões e gerir os modelos contratuais das parcerias entre os diferentes atores (incluindo as patentes). Nessa perspectiva os atores (governos, indústria e universidades) precisam aumentar sua interação para criar inovações que contribuam para o desenvolvimento econômico, a competitividade e o bem-estar social.
E é justamente nesse ponto que peca nosso modelo de inovação. A academia está distante das empresas [2,3]. Os empresários são avessos a inovação [4]. E falta ao governo políticas ativas e integradoras para inovação. Os desafios para a inovação são muitos. Quer aprender um pouco como o modelo da tripla hélice funciona e como ele pode ajudar a mudar esse cenário no Brasil? Confira nessa entrevista com Henry Etzkovitz os caminhos e desafios para desenvolver incrementar a taxa de inovação tecnológica e competitividade nacional.
Confira aqui a entrevista na íntegra: http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-43952010000100002&lng=pt&nrm=is
Prof. Dr. Plínio Rafael Reis Monteiro
Coordenador do Núcleo de Tecnologias Inovadoras em Marketing e Empreendedorismo (TIME UFMG)
Universidade Federal de Minas Gerais
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REFERÊNCIAS
1 – “Número de patentes por empresas ou pesquisadores em universidades é baixo no Brasil.” Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/inovacao/universidades-brasil-doutores-pesquisas-patentes-inovacao-tecnologica/numero-de-patentes-por-empresas-ou-pesquisadores-em-universidades-e-baixo-no-brasil.aspx
2 – PRADO, P. H. M. et al. Cooperação Universidade-Empresa: utopia ou Realidade?GramadoANPAD, 2014.
3 – JAWORSKI, B. J. On Managerial Relevance. Journal of Marketing, v. 75, n. 4, p. 211–224, jul. 2011.
4 – MELHADO, J. 8 mitos e verdades sobre o empreendedorismo no Brasil. ENDEAVOR Brasil, p. 1, jul. 2014.